Torcida Flamenguista

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Você entrevista o craque

27 de dez. de 2010

Flamengo repudia posição da CBF sobre o título de 1987


Vencedor dentro do campo, Rubro-negro vai brigar até a última instancia por reconhecimento do hexa

Depois de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ter anunciado que não pode decretar o Flamengo como campeão brasileiro de 1987 devido a uma decisão judicial da Justiça Comum, o Rubro-negro, que ganhou o título no campo, se pronunciou. Através da presidente Patricia Amorim e do vice-presidente jurídico Rafael de Piro, o hexacampeão repudiou o discurso da entidade máxima do futebol brasileiro.

Descontente com a decisão política da CBF, os dirigentes do Flamengo prometem correr atrás do que todo torcedor de bom senso admite: o título brasileiro de 1987.

"Todos os encaminhamentos jurídicos serão feitos. O Flamengo irá a todas as instâncias possíveis, sejam elas jurídicas, políticas, rede sociais, o que for necessário. Faremos uma mobilização de repúdio pelo não reconhecimento do hexacampeonato brasileiro e do título do Campeonato Brasileiro de 1987. É bom que fique claro que o Flamengo não tem medo de contrariar interesses, o que não podemos é deixar de atender o desejo de 35 milhões de torcedores", afirmou Patricia Amorim, ressaltando a perplexidade com que as declarações da CBF foram recebidas nesta quarta-feira (22.12).

"O Flamengo espera 23 anos por este reconhecimento e está convicto de seus direitos. Estamos perplexos com a atitude tomada hoje pelo presidente Ricardo Teixeira. Foi um dia de bastante desconforto, meu estômago está embrulhado e acho que o de todos os rubro-negros também. Não vamos esquecer esse dia. O Flamengo quer o reconhecimento deste título e garanto que isso não vai ficar desta forma. Vamos fazer uma mobilização para ter este título homologado. Custe o que custar", disse, em entrevista coletiva concedida na Gávea.

Outro ponto levantado pela presidente do Flamengo é a falta de respeito da CBF para com os jogadores e profissionais que trabalharam tanto para conquistar o Brasileirão de 87 dentro de campo.

"Gostaria de saber como a CBF encara agora todos os jogadores, que naquela época lutaram por este título em campo. Eles organizaram um evento para homologar títulos do passado, com menos expressão até do que o nosso, e a nossa expectativa era que o nosso fosse finalmente reconhecido. Mas para nossa surpresa isso não aconteceu. Foi uma atitude arquitetada, pessoal, intempestiva, pensada e não vamos nos omitir. É inacreditável que o clube mais querido do Brasil não tenha seu título reconhecido".

Patricia Amorim ainda disse que o Flamengo irá, sim, brigar. Principalmente para atender à solicitação de uma nação de torcedores, que reconhece o hexacampeonato.

"O Flamengo não tem medo de ir para o confronto. Só não podemos deixar de atender a nossa torcida e a vontade popular. A torcida reconhece e vamos de encontro com a vontade popular. Eu não fujo de luta e vou brigar por isso até o meu último dia de vida. É uma briga justa, honesta, digna e que foi vencida dentro de campo. Para toda ação há uma reação. A briga apenas começou".

Toda a diretoria rubro-negra se mostrou bastante irritada com a declaração do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmando que seria impossível homologar o título rubro-negro, já que o departamento jurídico fez um levantamento e houve uma decisão do Superior Tribunal de Justiça obrigando o cumprimento da decisão sob pena até de prisão em caso de desobediência.

"Ele diz ter se baseado em uma decisão que não exclui a possibilidade de o Flamengo ser declarado como campeão brasileiro daquele ano. A decisão diz que o Sport teria de ser campeão, mas não exclui a possibilidade do Flamengo. É um argumento equivocado. Vamos atacar em todas as frentes. A decisão foi injusta, arbitrária e isso não vai ficar assim. Isso eu garanto", finalizou Rafael de Piro, vice-presidente jurídico do clube.

Argentino chega querendo repetir sucesso de "hermanos"


Revelado com Montillo e tendo Conca como exemplo, Bottinelli acredita que pode se encontrar no Brasil


A discussão virou lugar comum após a temporada 2010 no futebol brasileiro. Estamos necessitando da criatividade dos meias argentinos? D’Alessandro no Inter, Montillo no Cruzeiro e Conca, no Fluminense, vêm se destacando no Brasil e este sucesso dos hermanos inspira o novo contratado do Flamengo, Darío Bottinelli, a também tentar alcançar este reconhecimento.

E no que depender de Montillo, com quem foi revelado no San Lorenzo, da Argentina, ele vai se sair muito bem. Bottinelli revelou, em entrevista à equipe do site oficial, que conversou com o jogador do Cruzeiro antes de vir para o Brasil. Montillo, que enfrentou o Flamengo vestindo a camisa da Universidad do Chile, na Libertadores, recomendou ao amigo a transferência.

"Falei com o Montillo e ele me disse que seria bom para mim vir para o Brasil, que aqui eu conseguiria me destacar e que meu futebol se sobressairia. Fiquei feliz. Ainda mais pelo acerto ser com o Flamengo, o maior clube do Brasil, com uma torcida enorme. Eu e Montillo temos um relacionamento muito bom, fomos revelados praticamente juntos no San Lorenzo, ele era de uma categoria acima da minha", disse.

O Chile, aliás, vem tendo toda uma relação com o Flamengo nas últimas temporadas. Neste ano de 2010, o Rubro-negro viajou bastante para Santiago. Afinal, enfrentou a Católica, ex-time de Bottinelli, e "La U", ex-time de Montillo, na Copa Santander Libertadores. Além disso, é de lá que vêm Fierro e Maldonado, principais referências para Bottinelli no elenco.

"As referências são os chilenos Maldonado e Fierro. Por serem do Chile são os que eu mais conheço. Estou tranquilo. Já joguei em campeonatos, como o argentino e o chileno. O Flamengo é uma equipe muito grande, com muita história no futebol. Espero ter muito sucesso aqui", completou.

Apelidado de "El Pollo" (frango, em espanhol), Bottinelli é o segundo reforço anunciado oficialmente pela diretoria rubro-negra, que já havia acertado com o goleiro Felipe, ex-Corinthians e que estava defendendo o Sporting Braga, de Portugal.

Final de ano é época de reflexão no Flamengo


Jogadores prometem pensar no que deu de errado em 2010 e sonham com 2011 de conquistas


O ano de 2010 vai chegando ao fim, e com ele fica um aprendizado para os rubro-negros. Depois de uma temporada com dois títulos em 2009, o Flamengo não teve nenhuma conquista para celebrar no futebol profissional, fato que não acontecia desde 2005. Por isso, este recesso é muito mais do que um tempo para descansar, mas também um período de reflexão.

Os jogadores sabem que precisam mudar algumas coisas para lutarem pelos troféus das quatro competições que irão disputar em 2011 (Carioca, Copa do Brasil, Brasileiro e Sul-Americana). O experiente volante Maldonado avisa que o momento é de pensar em tudo o que aconteceu no ano que está acabando para fazer do próximo uma temporada vitoriosa.

"Muitas situações aconteceram dentro e fora de campo. Foram muito problemas, diretoria, jogadores, em todos os setores. Acaba atingindo os jogadores de uma certa forma. Não é desculpa, sabemos que a cobrança existe mesmo, é constante. Cabe refletir o que fez de bom e de ruim neste ano e voltar diferente no ano que vem", disse.

O chileno já sabe também a receita para um ano novo de muita felicidade. Para Maldonado, é preciso manter o foco em campo, prestar atenção em todas as orientações do treinador e buscar as vitórias.

"Eu acho que se concentrar ao máximo naquilo que faz, tentar fazer sempre o melhor, independentemente da situação, se dedicar ao máximo, ouvir o treinador, se cuidar fora de campo. È o mínimo que podemos fazer. Claro que o momento é sempre diferente. Estar concentrado naquilo que faz dá um melhor desempenho", completou.

O Flamengo se reapresenta no próximo dia 3 de janeiro, no Ninho do Urubu, em Vargem Grande. Depois disso, a delegação embarca para Londrina, onde fará sua pré-temporada.